Breve Histórico de Humildes





APRESENTAÇÃO

A equipe de professores da Escola Municipal Antonio Brandão de Souza tem o prazer de apresentar para você um pouco da história de Humildes, terra de lendas e confirmações, de amores e desamores, alegrias e tristezas, desde o início com a escravidão até hoje com o grande avanço desta terra. E para vocês “Humildes” terra de todos.



ORIGEM DE HUMILDES


A origem de Humildes é atribuída a duas versões:
Nossa Senhora dos Humildes.
Igreja Matriz Nossa Senhora dos Humildes, 
antes da reforma.

Igreja Matriz Nossa Senhora dos Humildes, 
após a reforma.
A primeira versão, defendida pelas pessoas mais velhas do lugar, afirma que o povoado inicial surgiu a partir do aparecimento de uma imagem de Nossa Senhora de Humildes em um ponto do rio Subaé, localizado em uma das vias principais do nosso distrito, rua São Salvador. Falam também que a igreja foi construída duas vezes, mas acabava caindo, pois não era construída de frente para o rio, só depois de fazê-la de frente para o rio é que ela ficou de pé e recebeu o nome de Igreja Nossa Senhora dos Humildes.


A segunda versão é a que fala que a Villa tem mais de 200 anos, data do inicio de séc. XVIII e surgiu a partir da construção de uma capela pelo proprietário da Gameleira, o senhor Romão Gramacho Falcão, que era bandeirante, baiano e devoto de Nossa Senhora dos Humildes; e que mais tarde o mesmo fez a doação das terras, onde hoje se encontra o distrito de Humildes.

Por volta do século XVIII iniciou-se a construção da Igreja Matriz em estilo barroco com belas e ricas obras de arte, baseadas nas construções portuguesas da época.

A partir daí a Villa foi crescendo com a vinda das famílias da zona rural para morar na sede da Villa, nas casas construídas em volta da igreja para os festejos da Padroeira. As primeiras casas foram construídas pelo finado Cazuza e as casas de rancho construídas pelo senhor Pedro Dora.




Pontos principais de Humildes (referências): Igreja Matriz, Praça da Matriz e Rua da Feira, O Mercado Municipal, situado na Praça Matriz, construída pelo senhor Lili da Fazenda Boa Vista.

Na praça, assim como ocorre hoje, eram realizados as festas tradicionais da Padroeira, a qual ocorre a mais de 200 anos com quermesses, lavagens da Igreja e levagem da Lenha. Trazendo todos os anos a tradicional Porta-bandeira, a senhora Durvalina, que fala com orgulho: “Enquanto Nossa Senhora me der saúde, carregarei o seu estandarte.”

Estas festas sempre tiveram apoio dos fazendeiros da redondeza, entre eles citaremos: Romão, Araujo, João Ferreire, João Nambu, Pedro Dora, Lilí, Cezar da Murundú, Antônio dias, Agnelo Costas, Bento, Zé Freitas.

Além da Festa da Padroeira, Nossa Senhora dos Humildes, havia no calendário do distrito a festa de Nossa Senhora da Conceição, realizada no dia 08 de dezembro. Também havia a festa da Primavera e o tradicional Carnaval.

 Humildes tinha uma inspetoria, no qual o inspetor era o senhor Aurimo Azevedo. Contava também com o juiz de paz que realizava os casamentos do distrito, entre eles estavam Sr. Cazuza Pinto, Manoel Pereira Pimenta e Manoel Joaquim.
Na coleteria trabalhava o coletor Sr. Antônio Coletor.

Existia também, na frente do Abrigo, uma bomba de gasolina onde ficava a guarda de trânsito, apelidada por Guarda 47. Havia também uma pousada chamada Mãe dos Humildes quem abrigava os imigrantes da zona rural.

  A educação do distrito não deixava a desejar, sobre a direção das professoras Noemea Rocha e Eulina Mattos que moravam no distrito. Além de Alfabetizar desenvolvia aulas de teatro no distrito.

  O nosso distrito também contou com a presença marcante de negros escravos para o trabalho nas grandes fazendas, entre os muitos escravos não podia passar por esquecida Tia Maria, que trazia no seu corpo as marcas da escravidão. Aos 100 anos, quando comemorou o seu centésimo aniversário, mostrou - com orgulho da idade e mágoas do passado as pernas marcadas pelo tempo da escravidão.


ASPECTOS GEOGRÁFICOS:

Humildes apresenta-se com terras úmidas e férteis, e em pleno massapê, com clima favorável às agriculturas próprias do Recôncavo e o único privilegiado pela natureza, por ser o que possui água de boa qualidade, regada pelo Rio Subaé, ligado ao ciclo de açúcar, assimilando os hábitos de Santo Amaro pelo seu desenvolvimento e plantio de cana-de-açúcar. Sendo, portanto, privilegiado pela natureza com água boa e em abundância. Por esse motivo sempre foi cobiçado por imigrantes de outros distritos do município de Feira de Santana. 
No final do século XVII, em Lagoa dos Porcos, Belmonte, Peregrino, Quebra-Cangalha, Turí e outros destacavam-se também canaviais com seu engenhos.



VALORES ARTESANAIS E CULTURAIS DA NOSSA TERRA

      Além de vários cursos realizados para o desenvolvimento da mão de obra da dona de casa, encontra-se ainda no nosso distrito um grande valor artesanal. Dona Maria Catarina, considerada a única mulher rendeira, do lugar que trocou o sofrimento pelos 54 bilros e almofadas.
       Além dos grandes valores artesanais, contamos com os grandes valores culturais na área da música e repente. Entre eles se destacam o cantor Antônio Carlos Cerqueira, o violonista, senhor Adriano e Maria de Zé Deoclésio.
    Destacou-se também o tocador de cavaquinho Altino, o grande seresteiro Bulégio, o contador de anedotas Vardec e a dupla de repentistas, Romildo Cerqueira e Romildo Nascimento.

REPENTE

(Romildo Nascimento homenageia o seu distrito querido)

Humildes é minha terra.
Que me deu muita alegria
Eu aprendi um ditado
Que mamãe sempre dizia:
Quando eu passasse na prova,
Pulava, gritava e ria.
E tendo muita saúde
Nada me faltava

Nossa Senhora de Humildes,
No rio ela apareceu
Todo povo desta terra
Viu milagre que assucedeu
Pra ver a Santa querida,
Que no rio apareceu.




A JUVENTUDE DE HUMILDES EM DESTAQUE

            Os jovens de Humildes ainda preservam a bravura dos seus ancestrais, além da força de vontade de lutar para melhorar o lazer do distrito desenvolvendo peças teatrais, quadrilhas juninas, grupos de pagode e grupos de seresta, hoje em destaque um grupo jovem atualmente na igreja católica, o E. C. V, com a sua banda, representando o distrito e buscando jovens para Cristo.


HUMILDES, FONTE DE ÁGUA VIVA

            Hoje, o distrito de Humildes conta com a rede de água para abastecer os moradores, mas no passado os moradores recorriam às fontes e minados, entre eles a fonte do Dendê, ainda hoje, localizada na rua São Francisco, era considerada a melhor água de beber da região. Além da lagoa do Mendes, esta era encontrada, de ano em ano suas águas mudavam de lugar, é ai que está localizado atualmente os poços de água que abastece o distrito, considerada a melhor água mineral e fonte de água viva.

A ENERGIA CARTEPILHA

      Chama-se cartepilha a energia de Humildes por ser gerada a bateria e tinha o seu tempo de funcionamento.

A SAÚDE DE HUMILDES

  A saúde de Humildes era recorrida ao Sr. Manuel Pimenta e ao Sr. Narciso Evangelista da Conceição, os quais a comunidade procurava nos casos de doença e aplicação de injeções.
   Nos casos de gravidez as mulheres recorriam as parteiras, Mãe Alice e Mãe Alexandrina, consideradas mães da população até cinco anos atrás, pois as mulheres tinham seus filhos com as mesmas. Só no caso de complicação no parto que eram transportadas para Feira de Santana.
  Além de ser uma região de economia tradicional ligada à agropecuária, onde se destaca o cultivo do fumo, da mandioca, do feijão, cana-de-açúcar e a criação de gado, o distrito de Humildes tem vivido um saudável processo de industrialização.
As antigas olarias como a Telha Branca, São Caetano e Ponte Grande, uma das maiores da região responsável pela produção de mais de 200 mil telhas e blocos por mês, segundo avaliação de alguns moradores. Além das cerâmicas, tem sido implantadas no distrito fábricas de sucos de laranja e maracujá: Maraú, Sucomel e Utiara e ainda uma fabrica de papel, a Sapelba.
Um dos principais reflexos desse surto de industrialização tem sido o deslocamento dos trabalhadores da terra para o emprego nas fábricas e o crescimento populacional do povoado. Nos últimos 10 anos, Humildes saltou de uma população estimada em 2 mil habitantes para quase 10 mil pessoas, atualmente.

ATUALMENTE 

O distrito de Humildes hoje é um grande centro industrial e agropecuário, pertencendo a Feira de Santana, possui mais de 22mil habitantes, distribuídos por mais de dez comunidades e a sede do distrito que tem crescido com a expansão e diversificação do comércio local.
Humildes possui várias ruas, estabelecimentos comerciais dos mais variados, prédios públicos, escolas etc. É muito rico e próspero atualmente, está em fase de constante desenvolvimento, tanto físico como econômico.

                                                                       POESIA 
Humildes 
Autora – Diacui.

Humildes terra boa
Terra boa de morar
Quem bebe d’água de Humildes
Não quer mais sair de lá

Terra de muitos sonhos
E de amores mil
E também considerado
Um pedacinho do Brasil

As suas terras são fortes
Como ninguém nunca viu
É dela que tira o sustento
Do seu povo tão viril

Planta o feijão, planta o milho,
Planta o fumo também
As suas hortas tão ricas
Que nos fazem tão bem

Terra de gente boa
E também hospitaleira
Quem mora em Humildes
Tem orgulho de sua Bandeira.
                       





Agradecimentos


            A nossa equipe agradece aos nossos anciões, que nos forneceu dados para que esta pesquisa fosse realizada
            Aos nossos vultos históricos que tanto lutaram para o agradecimento de nossa terra.
         A nossa professora Ana Cláudia Moreira, que nos incentivou a realizar esta pesquisa, engrandecendo os nossos conhecimentos sobre nossa terra, enfim, agradecemos a Deus por tudo.


FONTES
Anciões residentes no distrito;
Jornais;
Revista Renascença, 1952

Humildes, 1991.


2 comentários:

  1. Estou surpresa por conhecer a história do distrito de Humildes, onde passei boa parte de minha infância em férias na casa de minha avó Maura na Rua do Tanque. Época em que Humildes não conhecia as drogas e tanta violência...
    Saudades das amigas que fiz lá, as guardo até hoje...Pida e Thaise.
    O blog está de parabéns.
    Uilza Freitas

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    Respostas
    1. Obrigada, Uilza! Concordo com você... essa época faz falta!

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